Neste glossário apresenta-se algum vocabulário relativo à azulejaria e cerâmica. Está organizado por ordem alfabética.

ARGILA OU BARRO
Substância natural, extraída das "barreiras", formada por sílica, alunina e água que depois de cozida num forno ou mufla, endurece e torna-se quebradiça. Existem muitos tipos de argila que pode apresentar diferentes cores.

AZULEJO
O termo azulejo é a designação portuguesa, derivada do termo árabe alzulaich, ou zuléija, que significa pedra lisa e chata.
O azulejo é um ladrilho cerâmico destinado ao revestimento e decoração arquitectónica que consiste geralmente duma placa de barro cozido, de espessura variável, decorada e vitrificada numa das faces.

AZULEJO ALICATADO

Composição Cerâmica que resulta da combinação de fragmentos de mosaico de várias cores, recortados a alicate a partir de placas coloridas, que "encaixam" formando figuras geométricas.

 

AZULEJO DE ARESTA ou cuenca

Técnica decorativa hispano-mourisca  ( finais do século XV e princípios do século XVI), em que o desenho era gravado no barro cru, por meio de um molde que deixava salientes relevos ou arestas que evitavam a mistura de cores.

 

AZULEJO DE CORDA SECA

Azulejo hispano-mourisco (finais do séc. XV e princípios do século XVI) realizado com a técnica da corda seca, em que as várias cores eram separadas por intermédio de uma mistura de óleo de linhaça e manganês..

AZULEJO ESPONJADO

As tintas são aplicadas por intermédio de uma esponja ou de uma escova, criando uma textura de pontos muito pouco uniforme, tipo mancha.

AZULEJOS ENXAQUETADOS

Estes formam uma composição em xadrez simples ou uma estrutura mais complexa, com a aplicação de outros elementos rectangulares mais estreitos e de cor diferente, denominados azulejos de caixilho.

AZULEJO DE FIGURA AVULSA

Azulejo com motivos florais, de animais, barcos entre outros elementos do quotidiano. Estes eram antigamente muito utilizados em cozinhas de palácios e casas abastadas.

 

AZULEJO INDUSTRIAL

Azulejo produzido em série, em que a chacota e a pintura se realizam através de processos mecânicos.

AZULEJO MUDEJAR

Nome que se dá aos azulejos Hispano árabes e hispano-mouriscos, podem ser de corda seca e aresta.

 

AZULEJO DE PADRÃO

Estes azulejos formam uma composição ornamental formada pela repetição regular de um ou mais azulejos.

AZULEJO SEMI-INDUSTRIAL

Azulejo de padrão em que as tintas eram aplicadas por meio de trincha sobre uma estampilha. Característico da produção da segunda metade do século XIX, foi muito utilizado na decoração de fachadas de edificios.

BARBOTINA

Mistura pastosa de argila com água usada para colagens ou enchimento de moldes

BONECA de pó de carvão (estresido)

Utensílio simples que consiste em embrulhar pó de carvão num pano. Serve para efetuar batimentos suaves sobre o papel vegetal picotado de forma a fazer passar particulas de carvão através dos furos do picotado. Estes pontos decalcados servem de base ou guia para a pintura dos motivos no azulejo.

CHACOTA

Nome dado à primeira cozedura do barro. Realiza-se num forno ou mufla a cerca de 900º . O barro aquecido a esta temperatura fica definitivamente rígido.

ENGOBE

O engobe consiste no adicionamento de pigmentos e óxidos à barbotina liquida para a tornar colorida. Esta técnica é aplicada com a peça ainda húmida, podendo efetuar-se por mergulho ou pintura com um pincel.

ESTAMPILHA

Modo de decalque  com papel vegetal picotado, sobre a estampa que se quer pintar é passado pó de carvão envolvido num pano (boneca) . No azulejo fica delineado o contorno do desenho por pontos negros. Outro modo, é o uso de papel oleado no qual estão recortados os desenhos com que se pretende decorar o azulejo.

FRISOS

Os frisos são utilizados para delinear e formar uma esquadria num painel de azulejos. Uma fiada de frações  retangulares obtidas pelo corte de um azulejo em duas, três ou quatro tiras.

 

GARROTE

Utensílio simples constituido por duas pegas de madeira e um fio de nylon ou arame fino. Usado para cortar blocos de barro ou peças ainda frescas.

GAZETTE

Caixa em barro refratário com ranhuras ou abas para colocar os azulejos individualmente, de modo a que não se toquem. São colocadas dentro do forno ou mufla para a cozedura dos azulejos. Suportam altas temperaturas.

MAJÓLICA

Técnica inventada pelos italianos no século XVI, que veio permitir pintar sobre o esmalte branco (vidrado) sem haver problemas com a separação das cores. Daqui resultou uma maior facilidade na produção de desenhos mais complexos.

MUFLA - Forno

Forno cerâmico usado para a secagem e para a cozedura de peças de barro, geralmente elétrico ou a gás.

PAINEL de azulejos

Conjunto de azulejos agrupados de acordo com uma temática, destacam-se os painéis historiados, com cenas sacras, cortesãs e militares.Outros esquemas ornamentais dignos de nota foram os azulejos de jarras e as cercaduras, excelentes complementos dos painéis.
A habilidade dos artistas, e a flexibilidade na disposição dos elementos figurativos e ornamentais, permitiu a excelente adaptação das composições aos espaços a revestir.

PIGMENTOS CERÂMICOS

Os pigmentos têm geralmente a sua origem em óxidos e são de uso comum na industria cerâmica. Usam-se para colorir bases vítreas (vidrados, esmaltes).
Substâncias inorgânicas coloridas que ao serem dispersadas nos esmaltes cerâmicos e calcinadas a altas temperaturas (~1200oC) se mantêm estáveis , colorindo-o.

SECAGEM

Antes de serem cozidas as peças são colocadas a secar para perderem a maior parte da água que contêm. A secagem deve ser feita numa zona ao abrigo de correntes de ar e do sol direto, a secagem deve ser lenta para evitar as rachaduras ou o empeno das peças.

VIDRADO

O vidrado é a mistura de vidro em pó com água ou com um óleo que depois de cozido pode dar um aspecto brilhante ou mate às peças já chacotadas. A calda pode ser aplicada à pistola, por mergulho da peça no líquido ou a pincel.

Consulte também: Glossário cerâmico